Vitamina para Quem Amamenta: O Que Você Precisa Saber

A amamentação é uma fase intensa e transformadora, tanto para o bebê quanto para a mãe. Além do vínculo afetivo, o leite materno é a principal fonte de nutrientes nos primeiros meses de vida. 

Mas para que essa nutrição aconteça de forma eficaz, a saúde da mãe precisa estar em dia — e isso inclui garantir o consumo adequado de vitaminas.

Neste guia, com a orientação da pediatra Dra. Renata Giacometti, você vai entender quais são as principais vitaminas para quem amamenta, como obtê-las e quando a suplementação pode ser indicada.

Por que a alimentação da mãe é tão importante?

Durante a amamentação, o corpo da mulher precisa de mais energia e nutrientes. Isso porque a produção de leite consome recursos do organismo — como proteínas, gorduras, água, vitaminas e minerais — para garantir que o bebê receba tudo o que precisa para crescer saudável.

De acordo com a Dra. Renata Giacometti, “a alimentação da mãe influencia especialmente a qualidade do leite, em relação a algumas vitaminas. Por isso, manter uma dieta equilibrada é essencial para proteger tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento do bebê.”

Quais vitaminas têm maior demanda na amamentação?

Durante esse período, algumas vitaminas e minerais merecem atenção especial por estarem mais exigidos no organismo da mãe. Veja os principais:

Vitamina A: importante para a visão, pele e sistema imunológico do bebê. A deficiência pode afetar a qualidade do leite.

Vitaminas do complexo B (B6, B12 e ácido fólico): atuam no metabolismo da mãe e no desenvolvimento cerebral e neurológico do bebê.

Vitamina C: fortalece a imunidade, combate radicais livres e ajuda na absorção de ferro.

Vitamina E: antioxidante que protege as células do corpo.

Vitamina D: essencial para ossos fortes, tanto da mãe quanto do bebê.

Ômega-3 (DHA): importante para o cérebro e a visão do bebê.

Outros nutrientes como ferro, cálcio, zinco e selênio também seguem sendo fundamentais nesse período.

A alimentação garante todas as vitaminas?

Uma alimentação equilibrada é fundamental durante a amamentação — mas, sozinha, não garante todas as vitaminas nas quantidades ideais.

 A Dra. Renata Giacometti reforça que os nutrientes devem vir preferencialmente da comida, mas a suplementação torna-se um reforço essencial, pois somente a alimentação não garante as quantidades ideais de nutrientes e vitaminas que uma mãe lactante precisa. 

A recomendação é manter uma alimentação variada e colorida, incluindo:

•  Frutas e vegetais frescos, ricos em vitamina C, A, fibras e antioxidantes.
•  Carnes magras, ovos e peixes, que fornecem proteínas, ferro, vitamina B12 e DHA.
•  Leite e derivados, fontes de cálcio e vitamina D.
•  Oleaginosas, como castanhas e nozes, com vitamina E e gorduras boas.
•  Cereais integrais e leguminosas, que oferecem fibras, ferro e vitaminas do complexo B.

Segundo a Dra. Renata, a suplementação é indispensável para as mulheres durante a amamentação, desde que seja feita com orientação médica.

Ela explica que não existe um suplemento único para todas. A indicação precisa considerar hábitos alimentares, exames laboratoriais e sintomas específicos. 

Multivitamínicos formulados para lactantes, ou a suplementação isolada de ferro, vitamina D, ômega-3 e outras vitaminas podem ser recomendados conforme a necessidade individual.

Existe vitamina que aumenta o leite materno?

Essa é uma dúvida frequente. Muitas mulheres procuram vitaminas para aumentar o leite, mas, segundo a Dra. Renata, o fator mais importante não é o que se come, mas como e quanto se amamenta.

“O leite é produzido por estímulo. Quanto mais o bebê suga, mais leite o corpo entende que precisa produzir. Isso é o que chamamos de oferta e demanda”, afirma.

Não há comprovação de que uma vitamina específica aumente a produção de leite. No entanto, uma alimentação rica, hidratação adequada e bem-estar emocional são pilares para manter a lactação de forma saudável.

E os galactagogos naturais?

Algumas plantas são conhecidas por seu efeito galactagogo, ou seja, por estimularem a produção de leite. Entre elas:

• Feno-grego
• Shatavari
• Cardo-mariano
• Alfafa
• Funcho e erva-doce

Esses ativos naturais podem ser aliados em alguns casos, mas devem ser usados com cautela e sempre com orientação profissional, especialmente se a mãe ou o bebê tiverem alguma condição de saúde.

Outros fatores que influenciam a produção de leite

A produção de leite materno também depende de aspectos como:

Descanso e sono: o cansaço intenso pode interferir na produção hormonal.

Nível de estresse: o estresse pode diminuir a liberação de ocitocina, o hormônio que ajuda o leite a descer.

Apoio familiar: a sobrecarga física e emocional prejudica o sucesso da amamentação.

Pega correta e livre demanda: são os maiores aliados da produção de leite.

Vitamina para o Cérebro do Bebê: o papel do ômega-3 na amamentação

Durante a amamentação, alguns nutrientes ganham destaque pelo impacto direto no desenvolvimento neurológico do bebê — e o ômega-3, especialmente o DHA (ácido docosahexaenoico), é um deles.

De acordo com a Dra. Renata Giacometti, o DHA é essencial para a formação do cérebro e da retina do bebê nos primeiros meses de vida.

“Se a alimentação da mãe for pobre em fontes de ômega-3, como peixes de águas profundas, pode ser necessário suplementar. O leite materno é a única fonte de DHA para o bebê nessa fase”, explica.

Fontes naturais de DHA incluem:

• Sardinha, salmão, cavala (consumo 2x/semana, com cuidado em relação a mercúrio)
  
  
• Óleo de linhaça e chia (menos eficaz, mas ainda úteis para vegetarianas)
  
  
• Suplementos de DHA (com indicação profissional)

Garantir níveis adequados de ômega-3 pode favorecer o desenvolvimento cognitivo, a memória e a saúde visual do bebê. Para mães que seguem dietas restritivas, como vegetarianas ou veganas, a orientação profissional é ainda mais importante.

Conclusão

A vitamina para quem amamenta é um assunto importante e merece atenção. Garantir os nutrientes necessários protege a saúde da mãe, fortalece a qualidade do leite e apoia o crescimento do bebê.

Na maioria dos casos, uma alimentação variada e rica já supre essas necessidades. Quando isso não é possível, a suplementação pode ser uma aliada — desde que feita com acompanhamento profissional.

Lembre-se: não existe uma fórmula mágica. O segredo da amamentação está no equilíbrio entre alimentação, estímulo, descanso e apoio. E, se surgirem dúvidas, conte com o olhar atento de pediatras e nutricionistas para te orientar nesse caminho.