Refluxo no bebê e diafragma: entenda a relação e saiba como agir

Revisão de especialista por Dr. José Eduardo Osteopata, osteopata pediátrico.

Escrito por Yasmin Caroline.

Em 04 de agosto de 2025 às 23h21

Dr. José Eduardo explica como a osteopatia pode aliviar os sintomas do refluxo em bebês

Regurgitar um pouco de leite após as mamadas é normal nos primeiros meses de vida. Mas quando o refluxo se torna frequente, acompanhado de choro, desconforto ou dificuldades para mamar e dormir, o incômodo do bebê vira motivo de preocupação para a família.

Nesse momento é importante saber que o refluxo no bebê e o diafragma estão intimamente ligados, já que o diafragma, músculo essencial para a respiração, também influencia a digestão. 

Tensões na região do pescoço ou do abdômen podem interferir na mobilidade do diafragma, dificultando o fechamento adequado da válvula entre o esôfago e o estômago — o que favorece o refluxo. 

Neste texto, com as orientações do osteopata pediátrico Dr. José Eduardo, explicamos como a osteopatia pode ajudar a aliviar o refluxo, de forma complementar ao acompanhamento pediátrico.

O papel do diafragma no refluxo do bebê

O diafragma separa o tórax do abdômen e é o principal músculo da respiração e assim participa indiretamente da digestão. A parte inferior do esôfago atravessa o diafragma antes de chegar ao estômago.

Se houver tensões ou desalinhamentos nessa região, comuns após o parto, a função da válvula esofágica pode ser comprometida, facilitando o refluxo. Em bebês, essa barreira ainda está em desenvolvimento, o que aumenta a incidência do refluxo nos primeiros meses.

O Dr. José Eduardo destaca que o diafragma ajuda a manter a barreira antirrefluxo, e sua mobilidade reduzida pode piorar os sintomas.

Pai acolhendo o bebê em seu colo, cuidando do pescoço para evitar o refluxo. Foto: @Freepik, disponível em freepik.com

Por que o pescoço também importa?

Uma conexão pouco conhecida, mas essencial para o refluxo no bebê e diafragma, é o nervo frênico, que controla o movimento do diafragma.

Ele tem origem na região cervical (pescoço). Tensões cervicais — causadas por posição intrauterina, parto com tração excessiva do pescoço, pode acontecer na cesária ou parto normal — podem impactar o nervo, afetando o funcionamento do diafragma.

O nervo vago que é o principal comandante do sistema gastrointestinal também passa pelo pescoço até chegar nas vísceras.

Essa é uma queixa frequente em bebês com refluxo persistente. Segundo o Dr. José Eduardo, “restrições cervicais que podem limitar o movimento do nervo frênico e, consequentemente, do diafragma”, pontua. 

Quando o refluxo é sinal de alerta?

Nem todo refluxo é motivo para preocupação. O refluxo fisiológico é comum e tende a melhorar naturalmente. Porém, se o refluxo no bebê e diafragma estiver associado a:

  • Choro intenso durante ou após as mamadas;
  • Dificuldade ou recusa para mamar;
  • Ganho de peso insuficiente;
  • Tosse ou chiado frequentes;
  • Irritabilidade constante ou sono agitado;
  • Sangue no vômito ou fezes


Caso esses sintomas surjam, é essencial buscar avaliação médica. O pediatra poderá recomendar exames, medicamentos ou encaminhamentos, incluindo para osteopatia ou gastropediatria.

Como a osteopatia pode ajudar?

A osteopatia pediátrica é uma abordagem manual delicada que busca corrigir disfunções em todos os tecidos dos bebês, isso pode levar a tensões no pescoço, tórax, diafragma e abdômen para melhorar a digestão e reduzir o refluxo. 

“A técnica melhora a mobilidade do diafragma, alivia a pressão na válvula gastroesofágica e favorece o esvaziamento gástrico”, explica o Dr. José Eduardo.

As sessões são adaptadas ao ritmo do bebê e podem apresentar resultados rápidos, como melhora no sono e no conforto geral. Além disso, os pais recebem orientações para massagens suaves e posicionamentos que complementam o tratamento.


Cuidados Diários que Ajudam no Alívio do Refluxo

Além do acompanhamento pediátrico e, quando indicado, do tratamento com osteopatia, alguns cuidados simples no dia a dia podem ajudar bastante a reduzir o desconforto do refluxo no bebê.

Posição após as mamadas: Manter o bebê em posição ereta por 20 a 30 minutos após mamar é uma das medidas mais eficazes para evitar que o conteúdo do estômago retorne para o esôfago. Isso ajuda a gravidade a agir a favor da digestão e evita que o refluxo aconteça com frequência.

Evite movimentar o bebê logo após mamar: Trocar a fralda, balançar ou deitar o bebê imediatamente após a mamada pode favorecer os episódios de refluxo. Aguarde esse tempo de pausa com o bebê calmo e tranquilo no colo, sempre em posição vertical.

Atenção à pega e ao tempo das mamadas: Uma pega incorreta pode fazer com que o bebê engula muito ar, aumentando a chance de regurgitação e desconforto. Observar o ritmo e a técnica da amamentação (ou o uso correto da mamadeira, com bicos que evitam a entrada de ar) faz diferença.

Roupas e fraldas confortáveis: Evite apertar a barriga do bebê com roupas ou fraldas muito justas. Isso pode aumentar a pressão intra-abdominal e dificultar o fechamento da válvula que separa o estômago do esôfago.

Técnicas complementares: Osteopatas pediátricos muitas vezes orientam massagens suaves e posicionamentos específicos que os pais podem realizar em casa. Essas práticas ajudam a relaxar o abdômen e a região diafragmática, favorecendo a digestão e o bem-estar.

Essas atitudes cotidianas, quando associadas ao cuidado profissional, potencializam o conforto do bebê e contribuem para uma recuperação mais tranquila. Observar os sinais do bebê e manter uma rotina calma e acolhedora são parte fundamental desse processo.

Aplicando técnicas da osteopatia no bebê para alcamá-lo. Foto: @Freepik, disponível em freepik.com

Técnicas suaves para aliviar o refluxo do bebê

Massagem em “U” invertido na barriga: Com o bebê deitado de barriga para cima, deslize suavemente os dedos em um “U” invertido, do lado direito da barriga, passando por cima do umbigo e descendo pelo lado esquerdo. Essa manobra ajuda o intestino e reduz a pressão abdominal.

Mobilização pélvica leve: Com o bebê deitado, segure suavemente os quadris e faça pequenos movimentos de vai e vem. Essa mobilização solta a pelve e relaxa a musculatura profunda, ajudando na digestão.

Toque em borboleta no abdômen: Coloque as mãos abertas sobre a barriga do bebê, com os polegares voltados para cima e os dedos apontando para fora, como uma borboleta. Aplique uma leve pressão por alguns segundos e solte. Repita algumas vezes para acalmar o sistema digestivo.

Posição relaxante sobre o antebraço: Segure o bebê de bruços sobre o seu antebraço, com a cabeça voltada para o cotovelo e as pernas para os dedos. Essa posição relaxa o abdômen e pode aliviar desconfortos após as mamadas.

Deslizamentos nas costas: Com o bebê deitado de barriga para baixo sobre você ou uma superfície segura, deslize a mão suavemente da nuca até a base da coluna, repetindo várias vezes. Isso ajuda a liberar tensões na musculatura paravertebral.

Respiração conjunta para acalmar: Deite-se com o bebê no colo ou no peito, e respire lenta e profundamente. O contato e o ritmo da respiração ajudam o bebê a se acalmar, o que favorece a digestão e o conforto geral.

Conclusão: alívio com cuidado e informação

O refluxo no bebê e o diafragma estão diretamente relacionados, e a osteopatia pediátrica oferece uma abordagem eficaz e segura para o alívio dos sintomas.

A osteopatia não substitui o acompanhamento pediátrico, mas é uma importante aliada no tratamento do refluxo. O Dr. José Eduardo reforça que o sucesso depende da avaliação individualizada e do trabalho conjunto entre pediatra e osteopata.

Com o suporte do pediatra e de profissionais como o Dr. José Eduardo, é possível proporcionar ao bebê uma melhora significativa no conforto, com uma visão de cuidado integral e respeitosa.

Se o refluxo tem preocupado você, saiba que existem caminhos acolhedores e eficientes para ajudar seu bebê a se sentir melhor. Um abraço carinhoso da equipe Genuína Conexão! ♥

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