Quando o bebê começa a olhar nos olhos da mãe? Entenda quando isso acontece
Escrito por Yasmin Caroline.
Em 24 de julho de 2025 às 20h36 - Atualizado em 24 de julho de 2025 às 20h37
O osteopata Dr. José Eduardo orienta sobre o início do contato visual do bebê e os sinais de desenvolvimento saudável
Entre os momentos mais emocionantes da maternidade, o primeiro olhar do bebê nos olhos da mãe ocupa um lugar especial. Essa troca, que pode parecer simples, é na verdade um marco importante no desenvolvimento emocional, social e neurológico da criança.
Mas afinal, quando o bebê começa a olhar nos olhos da mãe? O osteopata pediátrico Dr. José Eduardo explica que esse comportamento costuma aparecer logo nas primeiras semanas de vida, mas ganha mais intencionalidade e duração entre o primeiro e o segundo mês.
“No início, o bebê enxerga de forma embaçada e só consegue focar a curta distância, cerca de 20 a 30 cm, exatamente a distância entre o rosto da mãe e o bebê durante a amamentação”, afirma o especialista. “Aos poucos, ele passa a sustentar o olhar e a responder aos estímulos visuais de forma mais clara.”
Como o olhar do bebê evolui mês a mês
O desenvolvimento da visão acontece em etapas, e os pais podem observar mudanças sutis desde os primeiros dias:
Recém-nascido: percebe luzes e sombras, mas não consegue fixar o olhar por muito tempo.
2 a 4 semanas: começa a seguir objetos com os olhos e demonstra interesse por rostos.
1 a 2 meses: sustenta o contato visual e pode sorrir ao ver o rosto da mãe.
3 meses em diante: acompanha objetos com maior precisão, observa expressões faciais e interage com mais frequência.
Esses marcos variam de bebê para bebê, mas a tendência geral é que entre o primeiro e o segundo mês, o contato visual se torne mais intencional.
“Quando o bebê olha nos olhos da mãe e começa a sorrir, isso mostra que ele está começando a reconhecer as pessoas e criar vínculos emocionais”, explica o Dr. José Eduardo. “Esse momento tem grande impacto no desenvolvimento social e afetivo.”
O olhar entre mãe e bebê é mais do que uma troca de afeto. Ele ativa regiões cerebrais ligadas à empatia, à linguagem e à regulação emocional. É um primeiro passo no caminho da comunicação.
Fortalece o vínculo afetivo: o contato visual estimula a produção de ocitocina, hormônio ligado à sensação de segurança e amor.
Ajuda o bebê a reconhecer emoções: ao observar o rosto da mãe, o bebê aprende sobre expressões, sorrisos e diferentes reações.
Estimula o desenvolvimento cognitivo: o olhar ativa a atenção e prepara o bebê para os próximos aprendizados.
Favorece a comunicação não verbal: mesmo sem palavras, mãe e bebê trocam sinais, reforçando a conexão.
É normal o bebê não olhar durante a amamentação?
Sim, muitas mães se preocupam porque o bebê não sustenta o olhar enquanto mama, mas isso é comum e não é sinal de problema. Durante a amamentação, o bebê está concentrado em sugar e se alimentar. Em alguns casos, pode até fechar os olhos para se sentir mais seguro.
“Durante a mamada, o bebê está em um estado de relaxamento e foco. Nem sempre haverá contato visual, e isso é perfeitamente normal”, tranquiliza o Dr. José Eduardo. “O importante é observar se ele mantém o olhar em outros momentos, como durante as brincadeiras ou quando está acordado no colo.”
Quando é preciso ficar alerta?
É importante lembrar que cada bebê tem seu tempo, mas alguns sinais podem indicar a necessidade de uma avaliação mais cuidadosa. Fique atento se:
Após dois meses, o bebê ainda não fixa o olhar em nenhum momento;
O bebê não acompanha objetos com os olhos a partir de três meses;
Os olhos parecem desalinhados com frequência;
Há atraso em outras áreas do desenvolvimento, como movimentos, sorrisos ou interação.
Nesses casos, o ideal é procurar o pediatra. Se necessário, ele poderá encaminhar para um oftalmologista pediatra ou neuropediatra.
Como estimular o bebê a olhar nos olhos?
Embora o contato visual aconteça naturalmente, algumas atitudes simples podem ajudar o bebê a desenvolver essa habilidade:
Fique próximo: posicione seu rosto a cerca de 30 cm do bebê, especialmente durante as interações.
Converse com ele: a voz da mãe é um dos sons mais reconfortantes para o bebê. Fale com carinho enquanto mantém o contato visual.
Sorria: os bebês aprendem observando. Um sorriso tranquilo e caloroso convida à troca de olhares.
Escolha os momentos certos: o bebê tende a interagir mais quando está acordado, calmo e alerta.
Use brinquedos simples: objetos com cores contrastantes podem chamar a atenção e estimular a visão.
Respeite os sinais: se o bebê desviar o olhar ou ficar irritado, interrompa e tente novamente mais tarde.
“A interação deve ser leve, sem cobranças. O contato visual se constrói com afeto e respeito ao tempo do bebê”, reforça o osteopata. “Esse olhar é um convite à conexão, não uma obrigação.”
E se o bebê evitar o olhar em outros momentos?
Além das mamadas, o bebê pode evitar o contato visual em situações como:
Cansaço ou sono: nesses momentos, o bebê tende a ficar mais introspectivo.
Ambientes com estímulos demais: luz forte, barulhos ou muita movimentação podem deixar o bebê sobrecarregado.
Desconforto físico: cólicas, refluxo ou outros incômodos podem afetar o comportamento visual.
Nessas situações, observe se, em momentos mais tranquilos, o bebê volta a buscar o olhar dos pais. Se sim, não há com o que se preocupar.
Conclusão: o olhar que conecta
Saber quando o bebê começa a olhar nos olhos da mãe é importante, mas mais ainda é aproveitar esse momento para fortalecer a conexão e oferecer segurança. Esse gesto simples carrega amor, aprendizado e vínculo.
Cada bebê tem seu tempo, e o mais importante é acompanhar com carinho, respeitando seu ritmo e oferecendo um ambiente seguro e acolhedor. Em caso de dúvidas, procure sempre orientação com o pediatra.
Um olhar pode dizer muito — especialmente quando vem de um bebê que está descobrindo o mundo. Um abraço carinhoso da equipe Genuína Conexão! ♥