Assimetria Craniana no Bebê: quando se preocupar, como tratar e o que esperar
Escrito por Yasmin Caroline.
Em 23 de maio de 2025 às 20h05 - Atualizado em 23 de maio de 2025 às 20h06
Especialista em osteopatia pediátrica explica por que a cabeça do bebê pode ficar assimétrica, como intervir e quando tudo tende a se normalizar
Papais e mamães, esse é um assunto que causa muita preocupação, mas a assimetria craniana no bebê é comum, especialmente nos primeiros meses de vida. Por isso, já iniciamos o texto tranquilizando vocês, tá bem?
Ao notar que a cabecinha do pequeno está com um formato irregular, o coração aperta, surgem dúvidas e, claro, aquela ansiedade natural de querer entender se é algo grave, se vai passar e o que pode ser feito.
Agora respira fundo, porque neste texto vamos te ajudar a entender melhor essa condição. E, claro, baseado nas orientações do Osteopata Pediátrico Dr. José Eduardo.
Por que a assimetria craniana acontece?
É importante saber que a assimetria craniana no bebê nem sempre é motivo de alarme. Os ossos da cabeça do recém-nascido são maleáveis — isso faz parte da natureza e permite, por exemplo, a passagem pelo canal de parto.
Mas essa maleabilidade também torna o crânio sensível a pressões externas. Ou seja, se o bebê costuma dormir sempre virado para o mesmo lado ou passa muito tempo deitadinho em uma só posição, isso pode resultar em uma assimetria, como é o caso da plagiocefalia posicional.
"A grande maioria dos casos de assimetria é posicional e não traz prejuízos ao desenvolvimento do bebê. Mas isso não significa que não mereça atenção. Quanto antes for observada e acompanhada, melhor será o resultado", explica o Dr. José Eduardo.
Existem também outras causas, como o torcicolo congênito — que limita a rotação da cabecinha — e casos mais raros, como a cranioestenose, que envolve o fechamento precoce das suturas do crânio e requer avaliação cirúrgica.
O que pode ser feito?
Quando falamos em assimetria craniana no bebê, o primeiro passo é sempre procurar um profissional da saúde para uma avaliação completa. Em muitos casos, pequenas mudanças no dia a dia já fazem uma grande diferença.
Algumas estratégias incluem:
Reposicionamento consciente: alternar os lados em que o bebê dorme (sempre de barriga para cima), mudar a posição no berço, variar os estímulos visuais e sonoros para incentivar a movimentação da cabeça.
Tummy time (tempo de bruços): supervisionado e seguro, é excelente para fortalecer a musculatura do pescoço e reduzir o tempo em que a cabecinha fica apoiada.
Fisioterapia: em casos com torcicolo congênito, a fisioterapia ajuda a liberar tensões musculares e ampliar os movimentos do pescoço.
Osteopatia pediátrica: técnica manual suave, que busca liberar tensões cranianas e melhorar o equilíbrio entre as estruturas da cabeça e pescoço.
Capacete ortopédico: indicado apenas em casos moderados a graves que não melhoram com outras abordagens. Ele direciona o crescimento do crânio para corrigir o formato.
“A osteopatia não substitui a avaliação médica, mas pode ser uma grande aliada no cuidado com a assimetria. Nosso objetivo é ajudar o corpo do bebê a reencontrar seu equilíbrio natural”, orienta o Dr. José Eduardo.
E se for algo mais sério?
A maioria dos casos de assimetria craniana no bebê é leve e puramente estética. Mas é sempre bom descartar condições mais graves, como a cranioestenose, com um pediatra ou especialista.
Uma avaliação criteriosa pode diferenciar alterações inofensivas de algo que mereça uma abordagem mais urgente.
Alguns sinais de alerta incluem:
- Assimetria facial visível
- Orelhas desalinhadas
- Desenvolvimento motor assimétrico
- Dificuldade constante para virar a cabeça para um dos lados
A cabeça volta ao normal?
Essa é uma das perguntas mais frequentes — e a resposta costuma ser reconfortante. Na maioria dos casos, sim, com o tempo e os cuidados certos, a cabecinha tende a melhorar bastante.
Em casos de assimetria craniana no bebê considerada leve, o próprio crescimento natural da cabeça, aliado a mudanças no posicionamento, costuma trazer bons resultados em poucos meses.
Já nos casos moderados a graves, o acompanhamento com fisioterapeutas, osteopatas e, eventualmente, o uso de órtese craniana, devem acontecer.
"O mais importante é lembrar que cada bebê tem seu tempo. Com acolhimento, cuidado e orientação profissional, a evolução costuma ser muito positiva", reforça o Dr. José Eduardo.
Vale lembrar que, mesmo quando a cabecinha não fica 100% simétrica, isso raramente traz impactos no desenvolvimento neurológico ou motor da criança. A leve assimetria residual, em muitos casos, nem será tão notada no futuro.
Dicas práticas para o dia a dia
Se você notou uma assimetria craniana no bebê e está buscando formas de ajudar em casa, aqui vão algumas sugestões simples e eficazes:
- Sempre que possível, posicione o bebê para dormir de barriga para cima, mas variando o lado da cabeça.
- Durante o dia, ofereça momentos supervisionados de bruços.
- Evite deixar o bebê por longos períodos no bebê conforto ou carrinhos, que favorecem a posição única da cabeça.
- Brinque com estímulos visuais e sonoros em ambos os lados do berço.
- Se notar que o bebê sempre vira a cabeça para o mesmo lado, observe com atenção e fale com o pediatra.
Conclusão
A assimetria craniana no bebê pode assustar no início, mas é uma condição comum, muitas vezes transitória, e que tem tratamento.
O mais importante é observar, acolher, buscar apoio profissional e não se culpar. O crescimento do bebê é cheio de fases, e cada família vive esse processo de maneira única.
Com cuidado, informação e uma rede de apoio presente, tudo se torna mais leve. E lembrar disso pode ser um alívio imenso para os corações de pais e mães. Um abraço carinhoso da equipe Genuína Conexão. ♥