Cólicas no bebê: causas, sinais e formas de aliviar
Revisão de especialista por Dr. José Eduardo Osteopata, osteopata pediátrico.
Escrito por Yasmin Caroline.
Em 04 de maio de 2025 às 22h57 - Atualizado em 05 de maio de 2025 às 21h04
Dr. José Eduardo e a Dra. Renata Giacometti explicam quais os fatores mais comuns que causam a cólica e como lidar
Clique e navegue pelo artigo:
Nesse artigo você encontra:
Saber o que causa cólica no bebê é uma das grandes inquietações de papais e mamães nos primeiros meses de vida do pequeno.
Aquele chorinho insistente, muitas vezes acompanhado de carinha vermelha, barriguinha dura e movimentos de desconforto, pode causar uma sensação de impotência em quem cuida.
Mas, afinal, o que está por trás dessas cólicas? Por que alguns bebês sofrem mais do que outros? Será que tem como prevenir?
Neste texto, vamos conversar sobre esse tema, trazendo explicações acessíveis, dicas práticas e orientações baseadas em especialistas como o Dr. José Eduardo (osteopata pediátrico) e a Dra. Renata Giacometti (pediatra).
Afinal, entender o que causa cólica no bebê é o primeiro passo para atravessar essa fase com mais serenidade.
Por que as cólicas aparecem?
Segundo o Dr. José Eduardo, as cólicas infantis têm origem multifatorial. Ou seja, não existe uma única causa!
Diversos fatores podem contribuir para esse desconforto gastrointestinal tão comum nos primeiros meses de vida.O intestino do bebê ainda está amadurecendo, a flora intestinal está em formação, e o sistema nervoso é extremamente sensível aos estímulos do ambiente.
Entre os principais fatores que ajudam a entender o que causa cólica no bebê, podemos citar:
Imaturidade do sistema digestivo: o trato gastrointestinal do bebê ainda está aprendendo a funcionar. É como um motor que está sendo ligado pela primeira vez, ainda se ajustando.
Gases: a presença de ar no intestino pode causar distensão abdominal e dor.
Engolir ar durante a mamada: tanto no peito quanto na mamadeira, o bebê pode engolir ar, o que favorece a formação de gases.
Alimentação da mãe (no caso de bebês amamentados): certos alimentos consumidos pela mãe podem afetar o bebê via leite materno.
Hipersensibilidade a estímulos: luz forte, ruídos ou excesso de manipulação podem estressar o bebê e piorar os episódios de cólica.
Alterações no microbioma intestinal: a formação da flora intestinal influencia diretamente a digestão e o conforto abdominal.
Essas causas se combinam de formas diferentes em cada bebê. Por isso, não existe uma solução única ou mágica.
A alimentação da mãe pode influenciar?
Sim, e essa é uma dúvida muito comum. Muitas mães se perguntam o que causa cólica no bebê durante a amamentação, e a resposta pode estar — parcialmente — na alimentação materna.
A Dra. Renata Giacometti explica que, embora nem todos os bebês sejam sensíveis a esse fator, alguns alimentos consumidos pela mãe podem passar substâncias para o leite que causam desconforto.
Os principais alimentos associados às cólicas são:
Leite de vaca e derivados: as proteínas do leite podem causar intolerâncias em alguns bebês.
Chocolate e cafeína: estimulantes naturais que podem afetar o sono e a digestão do bebê.
Vegetais crucíferos: como brócolis, repolho e couve-flor, que são formadores de gases.
Feijão e leguminosas: também tendem a aumentar os gases.
Alimentos ultraprocessados: com aditivos químicos que podem passar para o leite.
É importante observar o bebê após as mamadas. Se houver relação direta entre o consumo de um alimento e a piora do quadro, vale conversar com o pediatra ou nutricionista antes de fazer qualquer restrição.
A orientação profissional é fundamental para manter uma dieta equilibrada para a mãe e segura para o bebê.
Estratégias para prevenir as cólicas
Embora não seja possível evitar completamente, existem muitas atitudes que ajudam a reduzir as chances e a intensidade das crises de cólicas. Com carinho, observação e paciência, é possível encontrar o que funciona melhor para o seu bebê.
Veja algumas dicas práticas e eficazes, recomendadas por especialistas:
- Alimentação equilibrada da mãe, com atenção aos alimentos que podem causar gases.
- Arrotar após cada mamada, para evitar o acúmulo de ar no estômago do bebê.
- Massagens abdominais suaves, em movimentos circulares no sentido horário.
- Exercício com as perninhas: pedalar com cuidado pode ajudar na liberação de gases.
- Ambiente calmo e acolhedor durante a mamada: isso ajuda o bebê a mamar com mais tranquilidade e engolir menos ar.
- Banho morno e compressa de água morna na barriguinha: ajudam a relaxar a musculatura
abdominal. - Contato pele a pele: favorece o vínculo e acalma o sistema nervoso do bebê.
- Tummy time (tempo de bruços) supervisionado: ajuda a aliviar gases e fortalece a musculatura.
E quando a cólica já começou? Como aliviar?
Se mesmo com todos os cuidados o bebê estiver em crise de cólica, o foco deve ser aliviar seu desconforto e oferecer acolhimento. Algumas atitudes simples podem fazer toda a diferença:
Aconchego no colo: o bebê se sente seguro e protegido.
Balanço suave: no colo ou no sling, simula o movimento do útero e acalma.
Ruído branco: como o som de ventilador ou secador em baixa rotação, remete ao som intrauterino.
Massagem na barriga: com óleo vegetal morno e movimentos leves.
Bolsa de água morna (não quente!): na barriguinha, sempre com supervisão.
Mamar em livre demanda: o ato de sucção pode acalmar e até ajudar a aliviar a dor.
Cada bebê responde de uma forma, por isso vale experimentar com delicadeza até encontrar o que funciona melhor para o seu filho.
A osteopatia pode ajudar?
Sim, e essa é uma abordagem cada vez mais buscada por famílias que querem cuidar do bebê de forma mais integral. O Dr. José Eduardo, osteopata pediátrico, explica que a osteopatia pode ajudar muito nos casos de cólica.
Através de técnicas suaves e não invasivas, o profissional avalia e trata possíveis tensões ou disfunções no corpo do bebê — especialmente no sistema digestivo e nervoso.
Bebês que passaram por partos muito rápidos, muito longos ou com uso de instrumentos podem apresentar pequenas alterações que, ao serem suavemente tratadas, melhoram o conforto geral do bebê, inclusive nas cólicas.
Um estudo publicado no Journal of Bodywork and Movement Therapies apontou melhora significativa nos episódios de cólica em bebês tratados com osteopatia (Hayden & Mullinger, 2006). A prática é segura e pode ser uma grande aliada!
Quando se preocupar com as cólicas
Embora as cólicas sejam comuns, existem sinais que indicam que é hora de buscar orientação médica:
- Choro inconsolável por mais de 3 horas por dia, vários dias na semana.
- Bebê que para de ganhar peso.
- Recusa alimentar persistente.
- Vômitos em jato ou com sangue.
- Fezes com sangue ou muito muco.
- Febre ou sinais de apatia.
Em caso de dúvida, o pediatra é sempre o melhor apoio. É ele quem poderá descartar outras causas, como refluxo, alergias alimentares ou intolerâncias, e oferecer suporte adequado.
Conclusão
Saber o que causa cólica no bebê é um passo importante para enfrentar esse desafio com mais leveza. Compreender os sinais, respeitar os limites do seu pequeno e aplicar estratégias de alívio com amor faz toda a diferença.
Lembre-se: essa é uma fase. Com o amadurecimento do sistema digestivo, o desconforto tende a diminuir, geralmente por volta do terceiro mês.
Enquanto isso, o acolhimento, a escuta atenta e o toque amoroso são ferramentas poderosas para atravessar essa etapa.
E o mais importante: você está fazendo o seu melhor. Cada tentativa de aliviar a dor do seu bebê é uma demonstração de cuidado e amor. Pode contar com a gente nessa jornada!
Um abraço carinhoso da equipe Genuína Conexão. ♥
Comentários e respostas